Quanto a plantar
uma árvore, tá feito. Trata-se de um ser que nos vai mostrando o passar dos anos,
o amadurecimento, as crises, as pragas, as manifestações de folhas verdinhas e
cheirosas, folhas castanhas e aborrecidas e de vez em quando floresce, para
alegria dos meus sentidos.
Portanto, o meu
limoeiro não é grande e nem sempre é viçoso. Há cerca de dez anos que o plantei
e sempre achei que não teria grande futuro. Era raro dar limões, e quando dava,
eram jóia rara pois não passavam de meia dúzia. Mas nunca devemos dar nada por
adquirido – até mesmo o limoeiro me espantou – o ano passado deu limões e limõezinhos.
Foram tantos, deu para mim e para os vizinhos. Ora serviam para temperar, para
fazer limonada, para aromatizar os bolos e até para fazer caipirinha –
deliciosa e humanamente muito bem acompanhada.
Quanto a criar
uma criança, tá uma grande confusão. É um facto que sou uma mãe muito feliz de
um menino lindo - lembrando agora a fábula da mãe coruja, todas as mães acham
os seus filhos lindos. Mas caramba… esta história de criar uma criança tem pano
para mangas. Ainda hoje não entendo aquele dizer antigo “As crianças criam-se.”.
Para mim isto está tão longe da realidade – é que na verdade elas não se criam
simplesmente por existirem, ou pelo menos não é assim que eu vejo as coisas. E
isto para mim é temática não para um livro, mas para alguns… ou quem sabe para uma
enciclopédia… E não digo isto por mim, que ainda agora comecei a odisseia de
criar um filho, digo-o pela minha mãe, sogra e avós, e cada vez mais, também o
digo pelos homens da família, que depois de terem supostamente criado os seus
filhos, ainda andam preocupados com os seus “filhotes”.
O que é um facto é
que se sentarmos diferentes gerações de pais a uma mesma mesa, certamente que vão
andar às turras sobre modelos educacionais e seus percursos de vida. Assim
sendo, acredito que criar um filho é uma questão de amor, sensibilidade e
intuição. Ah… mas claro que o mais importante são carradas e carradas de paciência,
acompanhadas, de preferência, pelas carradas e carradas de paciência da nossa
alma gémea.
Quanto a escrever
um livro, pensei num romance.
É que a vida tem
tantas coisas para pensar, que não me apeteceu ter de optar apenas por uma tramóia,
enredo ou se quiserem por um percurso pré-definido.
E assim, nasceu
este blogue que me permite debitar sentimento, deduções, elações e expor a
condição de escritora para toda a vida. Ora vejamos o fundamento:
Quando nos
longínquos tempos do 12º ano me disseram que iríamos fazer uns testes
psicotécnicos... Estagnei. A seguir informei-me sobre o que era isso dos testes
psicotécnicos. E depois… duvidei. Mas, lá fui fazer os testes.
Na altura, e
apesar de estar no 12º ano, parecia que a universidade era uma realidade
distante. Eventualmente terá sido esta a razão para ter estagnado. Depois
informei-me e até comparei os ditos testes psicotécnicos com os testes que
preenchia na revista “Maria” ou noutra qualquer da altura, estes sempre
relacionados com a personalidade, signo e amores.
Efectivamente a
minha dúvida persistia. Parecia-me pouco provável que uns testes me pudessem
dizer qual a área onde teria mais “sucesso” – afinal de contas, os testes de
personalidade, signos e amores nem sempre tinham batido lá muito certo.
As horas que
estive fechada naquela sala, foram decerto das mais cansativas que tive até
hoje. Passados uns dias, fui à reunião com a psicóloga que fez a apreciação dos
testes, e mais uma vez – duvidei.
Ora, como é que
uma pessoa que nem me conhece, saberá dizer-me para o que eu tenho mais apetência?
Não obstante sempre gostei das aulas de psicologia, e ainda hoje guardo os
manuais da altura e os da universidade. Enfim… Conclusão da reunião: “ A sua aptência
para as letras e para a escrita é óbvia.”
Passados uns
quantos anos, volto a cabeça para trás e concluo que grande parte da minha vida
tem sido passada a escrever. Escrevo de tudo: diários, receitas, listas (de
compras, de limpezas a fazer, de trabalhos por acabar), escrevo manuais e
procedimentos – que muito se podem equiparar a livros, escrevo cartas, e-mails
e tento manter a escrita de postais. Só há uma coisa que não gosto de escrever:
SMS – as ditas mensagens de telemóvel… Haja paciência…
04/10/2013
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